Campeão de Roland Garros, Marcelo Melo esteve em São Paulo na manhã desta terça-feira para conversar com a imprensa. Descontraído, o mineiro falou do título, de Ivan Dodig, #somostodosgirafa, pensamentos durante a partida e mais.

O croata Ivan Dodig, que foi campeão de Roland Garros ao lado de Marcelo Melo, também disputa as chaves de simples no circuito. Quando questionado se existe dificuldade de seu parceiro em conciliar simples e duplas, Melo ressaltou a questão física. “Teve um dia que o Ivan jogou nove sets em Wimbledon. Tem que ter um físico incrível e não é fácil pra ele jogar simples e duplas. Foi um dos motivos de eu não ter jogado mistas em Roland Garros, aliás. Tem que estar extremamente preparado e senti que a gente tinha chance de ganhar o torneio agora”, comentou o mineiro.

Foto: Bruno Miani/Vipcomm
Foto: Bruno Miani/Vipcomm

A semifinal no Australian Open foi o ponto de virada para a dupla Dodig/Melo, além da amizade dentro e fora das quadras. “A derrota na Austrália influenciou bastante, mais do que a derrota na final de Wimbledon, porque nós conversamos o que aconteceu de errado e a forma como deveria encarar e jogar dali pra frente. A amizade influencia sim, e podemos ver isso com Pospisil e Sock. O americano sempre diz que eles colocam a amizade em primeiro lugar. Eu e o Ivan tentamos o máximo possível levar esse lado pra dentro da quadra. Ele tem uma visão e personalidade diferente da minha, mas isso acaba ajudando. Não sei se dois Marcelos ou dois Ivans dariam muito certo,” disse Melo, aos risos.

Em relação à final, Melo analisou o desempenho na partida e dos irmãos Bob e Mike Bryan, os líderes do ranking individual. “Acho que a gente começou jogando bem, de repente não aproveitamos as poucas oportunidades que eles deram. É uma dupla que dá pouca oportunidade e aproveita a primeira que tem, até ganharam o tie-break do primeiro e saíram na frente no segundo. É uma dupla que nós temos que estar afiados pra ter uma alguma chance”, declarou Melo, ressaltando a dificuldade de enfrentar os detentores de 16 Grand Slams.

Na final, o mineiro sacou para a partida, concretizando o título. “Só por um segundo, no momento do saque, passou na minha cabeça que poderia ser campeão. Mas foi muito rápido. A Billie Jean King me mandou uma mensagem dizendo para viver o presente e não pensar no futuro. Procuro viver apenas o presente para controlar a ansiedade. Evitei pensar que poderia conquistar o título antes de jogar. Naquele dia, desliguei o celular desde cedo. Fiquei totalmente concentrado”, conta Melo sobre os momentos antes da partida.

Melo também falou dos Jogos Olímpicos do Rio, que acontecerão em agosto de 2016. Em preparação para os Jogos, o mineiro comentou de possíveis torneios em que ele e Bruno Soares jogarão: “A gente já joga na Copa Davis e conheço ele desde os 5 anos de idade, já temos entrosamento e já sabemos o que cada um tem que fazer em quadra. Ano que vem vamos tentar nos programar, quem sabe jogar os torneios do Brasil, o Rio Open e o Brasil Open. Precisamos fazer algum planejamento ainda, mas com certeza jogaremos alguns torneios juntos.”

Ainda no assunto Rio 2016, Marcelo foi questionado em relação a jogar duplas mistas. “Com certeza, se eu tiver dentro do critério, vou querer jogar. É muito importante, sempre joguei dupla mista e a minha outra final de Roland Garros foi justamente na mista. Não é certeza que o Bruno vai jogar com a Teliana, ou que eu vou jogar com a Teliana, mas é muito importante e é uma oportunidade de medalha”, comentou.

Com o equilíbrio do circuito, evidente no último ano, que apresentou quatro campeões diferentes, o mineiro enfatizou a grande variedade de tenistas. “A dupla hoje, se você pegar a corrida para o Finals, está equilibrada. Vários jogadores de simples estão jogando agora e isso vai aumentar ainda mais por causa das Olimpíadas. A competição está mais aberta com esse formato de match tie-break e os jogos são decididos nos mínimos detalhes”, lembrou Melo, citando o no-ad, sistema de partida sem vantagem que é utilizado pela ATP.

Por fim, Marcelo Melo comentou a hashtag #somostodosgirafa, utilizada pelos fãs nas redes sociais para demonstrar apoio pelo tenista de 31 anos durante a final de Roland Garros. “Eu achei muito engraçado no começo, todo mundo que me conhece sabe que meu apelido é Girafa e me chamam de Girafa sempre, de todas as maneiras e línguas possíveis. Quando vi a hashtag #somostodosgirafa, achei muito legal, especialmente para nós duplistas, já que a gente não tem esse tipo de carinho particular, então foi demais. O pessoal da arquibancada ficava gritando toda hora, agora que cheguei em Belo Horizonte tinha cartazes com a hashtag e saiu em um monte de lugar. Foi realmente muito legal e espero que continue”, finalizou o mineiro, animado.

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