Confesso, como muitos de vocês sabem, que Florin Mergea não é um dos meus tenistas favoritos. Diferenças absolutamente estúpidas da vida, mas jamais neguei o enorme talento do romeno. Com isso, foi muito interessante ver tantas pessoas impressionadas com a performance dele na partida contra Andy Murray e Daniel Nestor em Washington, porque aquilo era apenas mais um dia comum na vida de Florin Mergea.

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Isso me fez pensar em muitas coisas e em como é incrível ver um cara como Mergea brilhando numa quadra central de um torneio grande, como há poucas semanas atrás, em que disputava a semifinal em Wimbledon, lugar onde conquistou muitos troféus quando juvenil. Digo isso porque a história de Mergea é, provavelmente, uma das mais curiosas.

Como muitos, o romeno iniciou no tênis após uma certa pressão dos pais. O próprio confessa que tênis não era uma paixão, mas seu talento sempre esteve lá e assim foi levando. Mergea era tão bom no que fazia que teve uma carreira juvenil incrível: aos 14 anos, venceu o campeonato europeu de duplas e decolou, sendo o número um no ranking de duplas e número dois no de simples poucos anos depois, conquistando Wimbledon nas duas categorias. Uma carreira tão boa assim só poderia trazer coisas boas, certo?

Não foi bem assim. Em 2010, aos 25 anos, Mergea decidiu aposentar-se do tênis. A paixão pelo esporte não estava ali, as coisas não estavam acontecendo como ele queria e, quando começaram a dizer que ele não estava treinando e se dedicando tanto quanto antes, Florin decidiu que desistir era o melhor a fazer.

O romeno, então, virou técnico e começou a treinar crianças que gostariam de virar profissionais, algo que jamais passou por sua cabeça. Passou um ano e meio longe das quadras, feliz com a vida simples que levava. Não sentia falta de praticar o esporte e nem estava com saudades das quadras, era um apenas um cara simples e feliz ao lado de sua eterna companheira e esposa, Daiana.

Era época de Roland Garros e Daiana estava perto de se formar na faculdade. Após uma exaustiva semana de provas, o casal foi para Paris acompanhar seus amigos no torneio. Mergea sentiu uma certa tristeza em Daiana, que justificava ser cansaço da faculdade. Florin foi dormir e, no dia seguinte, acordou com uma sensação indescritível. Havia sonhado com aquela mesma melancolia de Daiana e, no sonho, sua companheira dizia que estava daquele jeito porque gostaria de vê-lo jogar tênis novamente, mas que sabia que não era mais possível.

O sonho parecia ser muito real para Mergea. Ele acordou confuso, porém destinado. Aquele sonho foi um estalo na vida do romeno, que alimentou a vontade de ser tenista novamente e, com apoio de Daiana, seguiu firme. O dono de um dos melhores forehands e devoluções do circuito voltou a figurar nos torneios e alguns deles ainda são novidade, como o Masters 1000 de Madri, em que disputou pela primeira vez neste ano, conquistando o título. (Pois é!)

Hoje, pouco tempo após desistir de sua carreira, Florin é o oitavo melhor duplista do mundo, semifinalista de Wimbledon e, acima de tudo, feliz com o que faz. Todo o talento e potência do romeno está começando a cativar a atenção e impressionar o público, o que é engraçado, porque como Frederik Nielsen disse, é só mais um dia comum na vida de Mergea.

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