Mais um ano se iniciou e o primeiro Grand Slam da temporada chegou. A chave do Australian Open foi sorteada na noite do último sábado e o guia das duplas voltou para trazer um resumo dos melhores jogos de primeira rodada, o caminho dos brasileiros, quem defende o título e mais.

Os campeões
Os italianos Simone Bolelli e Fabio Fognini defendem o título. Ainda sem disputar um torneio juntos na temporada, a dupla começará 2016 no Australian Open, onde serão os cabeças de chave 5 da competição. O início de torneio dos italianos deve ser tranquilo, com estreia contra Junaid/Kukushkin. O primeiro time de peso que deverá cruzar no caminho de Bolelli e Fognini é Cabal/Farah, mas os italianos, com seu estilo de jogo extremamente agressivo e de fundo de quadra, possuem um excelente histórico contra os colombianos, com três vitórias e zero derrotas em partidas anteriores. Nas quartas, surge o problema real dos atuais campeões. Jean-Julien Rojer e Horia Tecau, a melhor dupla de 2015 e cabeças de chave 1, não querem deixar a peteca cair e prometem revanche, já que Bolelli e Fognini venceram o holandês e o romeno na semifinal da última edição do Grand Slam australiano.
Os vice-campeões
Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut podem ter iniciado 2015 batendo na trave, mas sorriram por último no US Open, onde conquistaram seu primeiro troféu de Grand Slam. Cabeças de chave 6 e em busca da defesa dos pontos, os franceses terão pela frente dois times que particularmente aposto que farão boas campanhas: os poloneses Kubot/Matkowski, que cruzam com os franceses nas oitavas, e Bopanna/Mergea, que vêm com sede para dar um passo a mais após boas aparições nos últimos Grand Slams, com destaque para a semifinal em Wimbledon.
Os brasileiros
Marcelo Melo e Ivan Dodig
Disputando um Grand Slam como número 1 pela primeira vez, Marcelo Melo vai ao torneio australiano sendo o cara a ser batido. Com Dodig focado em recuperar seu ranking de simples, tendo disputado o challenger de Camberra nesta última semana, enquanto Melo foi para Sydney com Daniel Nestor, a dupla fará do Australian Open o primeiro torneio da temporada. Semifinalistas na edição de 2015, Melo e Dodig não poderia pedir por chave melhor. A estreia contra Bedene/Brown deve ser tranquila e os cabeças de chave em seu caminho são vantajosos para a dupla, com Pospisil/Sock, os mais perigosos por perto, tendo um início de torneio extramente complicado contra Petzschner/Peya.
Bruno Soares e Jamie Murray
A moral da dupla está nas alturas com o excelente começo de ano. Semifinalistas em Doha e campeões em Sydney, Bruno e Murray vão para Melbourne confiantes, mas o sorteio foi um tanto quanto ingrato para eles. O brasileiro e o britânico terão uma estreia complicada contra Jonathan Marray e Aisam-ul-Haq Qureshi, podendo enfrentar os poloneses Fyrstenberg/Janowicz na segunda rodada, Inglot/Lindstedt nas oitavas e Bryans nas quartas. O caminho de Bruno e Murray certamente não será dos mais fáceis, mas o time irá com tudo em busca de uma nova conquista.
André Sá e Chris Guccione
A sorte mais uma vez não sorriu para o mineiro e o australiano. Assim como no US Open, a dupla estreará contra cabeças de chave, mas desta vez será contra os irmãos Bryan, que procuram voltar ao forte ritmo imposto nos últimos anos. Tanto Bob e Mike Bryan quanto Guccione/Sá não tiveram as estreias que queriam na semana que antecede o Australian Open, com os gêmeos ainda preocupados com o maior problema que tiveram em 2015, o saque. Já Sá e Guccione querem continuar com o bom desempenho que apresentaram durante o último ano, expandindo para os grandes torneios. Quem vencer da partida poderá enfrentar Bhupathi/Muller, em mais uma das tentativas do indiano de continuar no circuito, ou Bolt/Whittington, quadrifinalistas na edição de 2014.
Thomaz Bellucci e Marcelo Demoliner
Os brasileiros disputarão um Grand Slam juntos mais uma vez e têm boas chances de avançar. Na primeira rodada, Bellucci e Demoliner enfrentarão os veteranos Gonzalez/Knowle. Mesmo sendo excelentes especialistas, a dupla disputará um torneio juntos pela primeira vez, já que Fyrstenberg, parceiro do mexicano, jogará o Grand Slam ao lado do compatriota Janowicz. Sem saber o que esperar de Gonzalez/Knowle, a oportunidade pode aparecer para os brasileiros, que mostraram-se firmes no US Open.
A novidade
A partir deste ano, todas as quadras do torneio terão transmissão no site oficial do Australian Open. Nos anos anteriores, algumas quadras não possuíam câmeras e grande parte das primeiras rodadas de duplas ficavam sem transmissão. Com o Grand Slam australiano buscando melhorias em todos os anos, a novidade irá beneficiar os fãs de tênis, que poderão escolher livremente o que assistir. Acabou a necessidade de imaginar a partida enquanto olha o livescore e chora com um pote de sorvete de baunilha na mão.

Vem cá, eu não te conheço?
Julien Benneteau está de volta. Após passar por cirurgia de hérnia, o francês está recuperado e disputará toda a temporada com seu velho companheiro de guerra, o compatriota Edouard Roger-Vasselin, com quem já conquistou o título no challenger de Noumea neste ano. Como está utilizando ranking protegido para entrar no torneio, a dupla não é seed (seriam 7, caso o ranking protegido pudesse contar no seeding) e estão soltos pela chave, podendo surpreender Lopez/Lopez, time que cruza com os franceses na segunda rodada. Olho neles.
Quem também volta aos principais holofotes é o tcheco Lukas Dlouhy. Após um ano de ausência por lesões e umas passadinhas pelo beach tennis enquanto se recuperava, Dlouhy volta a disputar um Grand Slam, vindo ao lado de Jiri Vesely.
Os melhores confrontos de primeira rodada
Bom pra gente, não tão bom pra eles. Aqui estão as melhores partidas de estreia que o sorteio nos proporcionou.
- Cabal/Farah x Chardy/Paes
- Bryan/Bryan x Guccione/Sá
- Klaasen/Ram x Daniell/Sitak
- Murray/Soares x Marray/Qureshi
- Kubot/Matkowski x Garcia-Lopez/Marrero
- Bellucci/Demoliner x Gonzalez/Knowle
- Pospisil/Sock x Petzschner/Peya
