O ano de 2015 não foi o dos melhores para Bob e Mike Bryan. Os americanos perderam a liderança do ranking individual para o brasileiro Marcelo Melo, além de também não terem terminado no topo no ranking de times, com a posição de número um ficando para Jean-Julien Rojer e Horia Tecau.
2015 também passou em branco quando se trata de títulos de Grand Slam. Considerados a maior dupla de todos os tempos, Bob e Mike ganharam pelo menos um troféu de Grand Slam por ano entre 2005 e 2014. Em 2015, os irmãos ficaram com o vice-campeonato em Roland Garros e caíram mais cedo nos outros três slam
A perda da liderança para Melo incomodou os gêmeos, que não saíam do topo desde 2012. Decididos a mudar o jeito que encaravam a pré-temporada, Bob e Mike aumentaram seu time e adicionaram um preparador físico, que os seguirá em todos os torneios. O físico, aliás, foi o principal ponto abordado durante a pré-temporada. Preocupados com a idade, os irmãos focaram em agilidade, equilíbrio, coordenação e resistência, para que 2016 fosse um ano diferente do anterior.
Mas preparação física não foi a única mudança que os irmãos fizeram para a nova temporada. Na estreia em Melbourne contra o brasileiro André Sá e o australiano Chris Guccione, foi possível perceber uma grande alteração no time. Conhecidos pela formação fechando o centro da quadra, com Mike, o destro, no lado da vantagem, e Bob, canhoto, no lado do iguais, os gêmeos inverteram as posições.

“Eu no iguais e Bob na vantagem, nós vamos jogar assim durante essa semana e o ano inteiro também”, disse Mike. “Então, eles (Guccione/Sá) não pareciam muito surpresos com a mudança. Nós até fizemos o aquecimento na formação antiga para tentar enganá-los, mas na hora de jogar eles realmente não pareciam surpresos. Outros caras treinaram perto da gente durante esses últimos dias e esse tipo de informação corre muito rápido pelo circuito, e bem, agora todo mundo sabe”, continuou o destro.
Os americanos, porém, não iniciaram o ano com a novidade. Em Sydney, torneio disputado na semana anterior ao Australian Open e o primeiro que disputaram na temporada, a formação antiga ainda estava em prática. “Nós jogamos contra caras que sacam muito bem e não conseguimos criar muitas oportunidades, então percebemos que estávamos usando muito o backhand na segunda bola, e em quadra rápida esse tipo de situação não é a melhor para nós, então pensamos em mudar”, disse Bob.

A mudança não é radical, uma vez que os gêmeos já disputaram torneios assim anteriormente. Em 2010, o último ano em que a formação foi utilizada pelos irmãos, Bob e Mike conquistaram o Australian Open jogando desta mesma maneira. O único porém é na finalização rápida das bolas flutuantes. “Nós adoramos cruzar a rede para finalizar as bolas mais altas, que é a maior qualidade da formação anterior. Agora nós estamos treinando mais esse tipo de bola com o backhand, que normalmente é o mais difícil”, finalizou Bob. Agora resta saber se a alteração irá refrescar o jogo dos gêmeos, que não querem repetir o 2015, e retornar ao topo dos rankings.