O jovem alemão Alexander Zverev, de 20 anos, vem ganhando a atenção do público com seu tênis vistoso e resultados ainda mais impactantes, contando com vitórias contra Roger Federer e, mais recentemente, Novak Djokovic. Campeão do Masters 1000 de Roma e o mais novo top 10, Zverev tem uma amizade brasileira que começou através de brincadeiras.
Marcelo Melo, atual número 4 do mundo e campeão de Roland Garros em 2015, é frequentemente visto no box de Sascha, apelido de Zverev, além de postar fotos nas redes sociais em outras atividades, como em jantares e em campos de golfe. O mineiro contou como surgiu a amizade com a mais nova sensação do tênis e o que acha da geração atual.
“A primeira vez em que falei com ele foi no ano passado, em Roterdã. Na área de aquecimento tinha uma televisão passando o jogo da quadra que ele ia entrar, estava 5/5 no terceiro set, alguma coisa assim. Era jogo de simples, falei pro Sascha ‘aprende comigo, esse cara tem que fazer saque e voleio’. Ele disse ‘você não entende nada de tênis’, eu nem o conhecia direito, e ele continuou ‘você está doido, ele não pode fazer isso’. O cara acabou fazendo saque e voleio e ganhou o ponto, virei e disse ‘tá vendo? Eu que entendo de tênis”, disse Melo, exaltando o clima amistoso.
“E isso aconteceu mais umas duas vezes e foi o jeito que a gente começou a conversar. No torneio seguinte, eu passava por ele e falava ‘se quiser, eu te treino’ e ele respondia ‘você é duplista, não entende de simples’, a gente sempre brincando um com o outro. Aí depois ele começou a falar que queria jogar uma dupla comigo, ficava brincando que ia me ensinar a jogar dupla de verdade, e foi só crescendo essa brincadeira. Independente da diferença de idade, ele é um cara que respeita muito, muito maduro”, continuou o mineiro, contando as provocações que iniciaram a amizade.
A competição entre os dois está sempre presente, principalmente no golfe, onde já se enfrentaram três vezes no tempo livre fora das quadras e o mineiro fez questão de provocar o amigo: “Olha, no golfe, vou ter que admitir que ele joga um pouquinho melhor que eu, mas dependendo do dia, dá Brasil. Ganhei duas vezes, ele ganhou uma, mas na habilidade vou ter que dizer que ele é melhor. No resto, futebol, xadrez, ele não faz a menor ideia do que faz.” A dupla trouxe a competitividade até no Pie Face, jogo em que o perdedor termina com o rosto coberto de chantilly.
Após Zverev derrotar Novak Djokovic para conquistar o título em Roma, o assunto da nova geração de tenistas ficou mais forte do que nunca. “Acho que ele é o mais completo dessa Next Gen. Ele tem uma personalidade incrível, eu que estou muito perto consigo ver isso e o tanto que ele acredita no seu jogo, e isso ficou na claro na final de Roma. Como que um jogador da idade dele chega numa final contra o Djokovic e joga daquela maneira, como se fosse um torneio pequeno? Isso é uma qualidade, um talento que as pessoas têm que nascer com”, finalizou Melo, enaltecendo a mentalidade do alemão.