De volta ao Brasil com o título de Wimbledon e o posto de melhor duplista do mundo em mãos, o mineiro Marcelo Melo falou com o Match Tie-Break sobre a parceria com o polonês Lukasz Kubot, que vem rendendo frutos. Além da conquista no Grand Slam londrino, a dupla também foi campeã nos Masters 1000 de Miami e Madri, além dos torneios de ‘s-Hertogenbosch e Halle. Com tantas conquistas, o time já garantiu vaga no ATP Finals, torneio que reúne as melhores duplas da temporada no fim do ano.

Após um início de ano complicado, com quatro vitórias e cinco derrotas nos cinco primeiros torneios do ano, Melo e Kubot foram muito questionados se valia a pena continuar apostando na equipe. O mineiro revelou que foi após a derrota na primeira rodada do ATP 500 de Acapulco, no México, que ele e o polonês tornaram-se mais transparentes: “A gente sempre conversava nos torneios, mas a principal foi em Acapulco, depois que a gente acabou perdendo lá. Nós deixamos mais aberto o que vinha acontecendo. Depois disso, tivemos um tempo preparatório pra botar em prática o que tínhamos conversado no México, de fazer treinos mais específicos, buscar um novo caminho, acreditar mais e reduzir a ansiedade por resultados. E acho que isso deu muito certo, tanto que o próximo torneio foi Indian Wells, quando começamos a jogar bem.”
Sempre motivados e apoiando um ao outro, a união é o grande destaque da dupla em quadra. Melo disse que ele e Kubot são pessoas com rotinas diferentes, o que resulta em algo positivo. “A energia dentro de quadra é muito boa, muito positiva. Sobre fora de quadra, não convivemos muito por questões de rotina mesmo, o Lukasz tem a dele e eu a minha, mas com certeza a gente se encontra pra jantar algumas vezes durante a semana. Nós entendemos que isso é muito importante na dupla, não mudar a rotina do atleta, sabe? Por exemplo, antes da final, o Lukasz aqueceu na quadra coberta porque estava chovendo e porque queria aquecer num horário anterior, enquanto eu aqueci na aberta com o meu irmão porque queria esperar mais pra saber do tempo. Hoje, conseguimos enxergar muito bem o que funciona para cada um e deixamos livre. Outra coisa é que o Lukasz é um cara da manhã, ele acorda mais cedo. Ele segue com a rotina dele e eu com a minha, a gente acha que assim as coisas têm mais chances de dar certo”, declarou o mineiro.
Melo e Kubot também contam com uma equipe especializada, que é parte do sucesso da dupla. Com uma sequência de três títulos, o físico foi essencial para a dupla, que disputou quatro jogos de cinco sets em Wimbledon. “Comecei a trabalhar com o Stefan (Düll, fisioterapeuta) nesse ano. Conheci ele em Estocolmo, quando ainda trabalhava com o Alexander Zverev, daí o trabalho entre eles terminou e nós começamos no Australian Open, isso vem ajudando demais. O Chris (Bastos, preparador físico) judia no físico, o Daniel (Melo, técnico) judia na quadra e o Stefan vem pra recuperar o corpo. Foi crucial lá em Wimbledon, que foram muitos jogos em cinco sets. É muito bom ter esse atendimento especial. Temos uma estrutura muito boa hoje e que conta com apoio para que ela aconteça, já que demanda muito investimento”, finalizou o número 1 do mundo, contente com a estruturação de sua equipe.
O time descansará antes de voltar às quadras. O retorno será no ATP 500 de Washington, nos Estados Unidos, que tem início no dia 31 de Agosto. Na sequência, Melo e Kubot disputarão os Masters 1000 de Montreal e Cincinnati, que acontecem antes do US Open, o último Grand Slam do ano.