Bruno Soares conquistou mais um título de Grand Slam. Nesta quinta-feira, ao lado do croata Mate Pavic, o mineiro conquistou o US Open ao superar a dupla formada pelo holandês Wesley Koolhof e o croata Nikola Mektic em 7/5 e 6/3. A conquista em Nova York marca o terceiro título de Grand Slam nas duplas masculinas e o sexto na vitoriosa carreira de Soares.

“É uma sensação incrível. Mais um título de Grand Slam e mais um título em Nova York. É uma cidade que sempre joguei o meu melhor, desde a primeira vez que pisei aqui. Grandes jogos, grandes resultados e muita história. Pra mim, aos 38 anos de idade, depois de altos e baixos e quatro anos após o meu último título de Grand Slam, poder segurar um troféu desse é uma sensação muito especial. Sei que estou no estágio final da minha carreira e cada momento assim passa a ter um gostinho especial. Me dá muita força pra seguir trabalhando duro e seguir acreditando”, disse Soares, contente com a quarta conquista em Nova York.
O jogo foi marcado pela solidez da dupla. Seguros no saque, Bruno e Pavic não deram nenhuma chance de quebra para seus adversários durante toda a partida. A devolução foi chave para a dupla, e foi justamente com uma de Bruno que o time conseguiu a quebra e o set, fechando a parcial em 7/5. No segundo set, a quebra veio no sexto game após um lob de Pavic, que fez a dupla abrir 4/2 no placar. O time segurou a vantagem até o fim, trazendo o título para o Brasil e a Croácia.
“O nosso US Open foi uma trajetória bem 2020, né, bem maluca. Foi tudo muito diferente, desde o início, quando contraí o coronavírus 15 dias antes de viajar e tive que ficar isolado, sem treinar, e aí chegar nos Estados Unidos completamente despreparado. Em Cincinnati, acho que foi até bom perder na primeira rodada, porque conseguimos fazer uma bela semana de treino para o US Open. Consegui recuperar o meu físico, que estava bem abaixo depois de tudo isso, e a chave foi duríssima, né? O fato da chave estar pela metade fez tudo ficar mais difícil. Seríamos cabeça de chave num Grand Slam normal, mas aqui ficamos de fora e tivemos que matar um leão logo na primeira rodada. Foi tudo muito complicado, mas superamos e conseguimos crescer muito”, resumiu o mineiro, contando os altos e baixos do caminho até o título.
Soares comentou que descobriu que estava com o coronavírus após sentir um leve cansaço. “Eu estava treinando e senti um cansaço um pouco maior que o normal, além do nariz entupido. Fui lá testar para tirar isso da cabeça e deu positivo. O único problema é que foi exatamente 15 dias antes de viajar, mas quando deu negativo eu já fui pros Estados Unidos. Em Cincinnati senti que estava um pouco mais ofegante, mas no meu isolamento eu não tinha nada, foi assintomático”, relatou o mineiro.
“Eu e o Mate temos algo em comum, nós dois precisamos de uma ‘estilingada’ pra aumentar o nível. Ele tem um jogo muito agressivo, então quando ele encaixa as bolas é muito perigoso. Canhoto, saca bem e ser 10 anos mais novo ajuda na movimentação e na explosão. Eu sou um cara que meu ponto forte é ser consistente, tanto no mental quanto em quadra, e acho que foi o que fez a diferença hoje, passar essa tranquilidade pro Mate. Ele começou um pouquinho nervoso na devolução, mas ele me viu tranquilo e foi acalmando, entrando mais nas devoluções. Nós controlamos os nervos e sacamos super bem, não tivemos nenhum break point contra. Sempre acreditei no nosso potencial. No ano passado a gente perdeu muitos jogos de uns jeitos esquisitos e aqui conseguimos virar essa situação”, continuou Soares. Durante a semana, a dupla destacou a positividade como a chave para as conquistas durantes as duas semanas do Grand Slam.
Soares adiciona mais um Grand Slam em sua vitoriosa carreira. O mineiro, que foi campeão do Australian Open e do US Open em 2016 com Jamie Murray, aumentou o número de conquistas em majors nas duplas masculinas para três. Nas mistas, Bruno também foi campeão em três oportunidades: US Open 2012 (com Ekaterina Makarova) e 2014 (Sania Mirza), e Australian Open em 2016 (Elena Vesnina). Ao todo, Bruno Soares é dono de 33 troféus em 63 finais disputadas no circuito da ATP. A parceria com Pavic, que foi iniciada durante a temporada de grama no ano passado, já havia rendido um título no Masters 1000 de Xangai, na China, além de uma final no ATP 250 de Estocolmo, na Suécia.
O brasileiro, ex-número 2 do mundo, é o atual 27º no ranking da ATP. Com a conquista do US Open, Soares voltará a figurar entre os 20 melhores do mundo. “Não estar tão bem ranqueado entra um pouco na cabeça, mas tenho uma coisa muito clara para mim: quando estou jogando o meu melhor sei que venço qualquer um. É isso que me faz seguir jogando tênis.”
Agora, a dupla seguirá para Roma, onde começará a gira europeia do saibro no Masters 1000 italiano. “Viajaremos amanhã para Roma. Com o título aqui e praticamente classificados pro Finals, vamos poder dar uma reajustada no calendário e disputar menos torneios do que estávamos planejando”, finalizou o mineiro.