A vitoriosa parceria de Marcelo Melo e Lukasz Kubot chegou ao fim. Após quatro temporadas, a dupla dona de 15 títulos no circuito, incluindo a conquista de Wimbledon em 2017, encerrou as atividades após a vitória na última partida do ATP Finals. Em 2021, Melo seguirá ao lado do holandês Jean-Julien Rojer, campeão de Wimbledon em 2015 e do US Open em 2017.

Lukasz Kubot foi a parceria mais bem-sucedida da carreira de Marcelo Melo. Com 166 vitórias conquistadas, a dupla foi campeã em 15 torneios, com destaque para os títulos em Wimbledon, os Masters 1000 de Miami, Madri, Paris e Xangai, e mais sete ATP 500. Juntos, Melo e Kubot chegaram ao topo do ranking de duplas, tanto de times, terminando 2017 como a melhor dupla da temporada, quanto no individual. O time também disputou o ATP Finals em todos os anos de parceria.
Em conversa com o blog, Marcelo revelou que a difícil decisão foi tomada após o último Grand Slam. “Nós decidimos terminar a parceria logo após Roland Garros. Na verdade, foi uma decisão mais do meu lado. Eu achava que a gente precisava de uns ares novos, jogamos quatro anos juntos, e o Lukasz entendeu. Nós conversamos e achamos que seria legal terminar o nosso capítulo como dupla jogando no Finals, até por isso fomos para Colônia e jogamos todos aqueles jogos. Fizemos o possível e o impossível para poder classificar. Os últimos sete jogos que fizemos eram como se fossem sete finais, precisávamos ganhar todos e isso foi gerando uma carga emocional muito forte na gente. Nós lutamos para terminar no Finals”, disse o ex-número 1 do mundo.
Após a derrota na segunda rodada de Roland Garros, Melo e Kubot figuravam na 12ª colocação do ranking de times e precisavam de uma sequência impecável de resultados para se classificar no ATP Finals. A dupla, então, foi vice-campeã no ATP 250 de Colônia, campeã no ATP 500 de Viena e semifinalista no Masters 1000 de Paris, garantindo a sua vaga no torneio que reúne os melhores times do ano em Londres.
“Falei pro Kubi que a gente fez história. Nós chegamos ao posto de número 1 do mundo, ganhamos Wimbledon, etc, e que seria muito legal jogar no Finals. No fim, deu certo. E, no fim das contas, foi um jogo muito emocionante. O Koolhof e o Mektic, que foram os nossos adversários, até chegaram na gente e disseram: ‘É até estranho falar isso, mas fiquei feliz que vocês ganharam da gente, para terminar assim’. Vários jogadores vieram falar com a gente e até umas pessoas da ATP choraram com a gente fora da quadra. Mas é muito bom ver que a gente terminou bem e que conseguimos separar a amizade e o trabalho. Muitas duplas acabam mal e a gente chegou num ponto que, dentro de quadra, o melhor caminho para nós dois seria separar. Mas nós entendemos isso, e por isso acabou causando toda essa emoção”, continuou Marcelo. Visivelmente emocionados, o brasileiro e o polonês choraram em quadra após a última partida.

O experiente Jean-Julien Rojer será o próximo parceiro do mineiro. Aos 39 anos, Juls, como é conhecido, é um dos maiores vencedores do circuito, conquistando 29 títulos em sua carreira e sendo campeão de Grand Slam em duas oportunidades. O holandês também vem de um fim de uma longa parceria, terminando os sete anos ao lado do romeno Horia Tecau. Amigos de longa data, Melo e Rojer jogaram juntos apenas uma vez no circuito, no torneio de Munique, em 2016.
“O Juls conversou com o Horia e decidiu terminar a dupla também. Aí a gente acabou conversando, ele sabia do fim da minha parceria. Nós já tínhamos comentado algumas vezes, na brincadeira, que acabaríamos jogando juntos algum dia e não deu outra”, finalizou o mineiro.
Esse negócio de duplas no tênis profissional parece casamento. Tem troca-troca de parceiro, cobiça pelo parceiro alheio, DR, drama na separação…