Em mais uma dramática partida e fazendo sua melhor campanha, Marcelo Melo e Ivan Dodig seguem firmes no Australian Open. O mineiro e o croata derrotaram o espanhol Feliciano Lopez e o bielorrusso Max Mirnyi em dois sets a um, com parciais de 6/0, 3/6 e 7/6.
O primeiro set, ao contrário do que todos imaginavam, foi tranquilo. Marcelo e Ivan dominaram todos os pontos com devoluções certeiras e bons saques. A dupla perdeu apenas quatro pontos nos games de serviço e ganhou mais de 60% dos pontos nos games de devolução.
Lopez e Mirnyi voltaram para o jogo no segundo set. O espanhol e o bielorrusso conseguiram firmar seus saques e quebraram Dodig e Melo no único game de saque deficiente da dupla, empatando a partida em 1 a 1. Uma quebra para cada lado aconteceu no último e decisivo set, continuando equilibrado e indo para o tie-break. Ali, dois mini-breaks para cada lado e a partida permaneceu na igualdade até o 5-4, quando Dodig pontuou com um lob e Melo fechou a partida em ponto espetacular.
Com esta vitória, Melo e Dodig avançam para semifinal e enfrentam os franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut, que venceram seus compatriotas Julien Benneteau e Edouard Roger-Vasselin, os atuais campeões de Roland Garros, em dois sets a um. Esta é a quarta vez que Melo e Dodig disputam uma semifinal de Grand Slam, sendo duas no US Open (2013 e 2014) e outra em Wimbledon 2013, na qual fizeram final.
Ao olhar para a chave de duplas mistas podemos encontrar um par de nomes estranhos. Os adversários de Leander Paes e Martina Hingis são totalmente desconhecidos e há um motivo para isso: a dupla recebeu convite da federação australiana após ganharem um torneio inusitado.
O torneio, aberto para qualquer um que quisesse disputar, tinha como prêmio uma vaga na chave principal do Australian Open. Masa Jovanovic e Sam Thompson, naturais do estado de Victoria e que não haviam disputado uma partida sequer juntos, foram os felizardos da competição.
Aos 21 anos, Thompson é tenista amador, trabalha em um café e estuda Matemática na Universidade de Melbourne, enquanto Jovanovic, de 20 anos, tem o tênis como profissão e disputa ITFs pelo mundo. Porém, neste domingo, Thompson e Jovanovic terão a oportunidade de disputar uma partida contra lendas do tênis na quadra 3 do complexo de Melbourne Park.
Animados com a oportunidade única, os australianos estão ansiosos pelo confronto. “Não sei se estou nervoso, ansioso ou ambos. É inecreditável”, disse Thompson em entrevista para a federação australiana. “Se jogarmos bem contra eles, seria incrível. Só queremos ir lá e dar o nosso melhor”, completou Jovanovic.
A partida de Thompson e Jovanovic contra Leander Paes e Martina Hingis acontece neste domingo por volta das 4h, horário de Brasília, com transmissão do site do torneio.
Não sou jornalista. Aliás, eu não sei muito bem o nome da minha futura profissão, afinal, curso Esporte. Quem se forma em Esporte é o que? Esportólogo? E mesmo que fosse jornalista, torcer é humano. Hm, que maneira estranha de abrir um texto.
Bem, eu precisava escrever alguma coisa sobre isso. ‘Isso?’ Vocês sabem muito bem o que é ‘isso’. Para quem me acompanha no twitter ou seja lá onde for, sabe que uma das minhas maiores paixões no tênis é Robert Lindstedt. Comecei a gostar dele por um motivo extremamente besta: Robert é um grande amigo de Robin Söderling, meu tenista favorito. Foi meio que inevitável não acompanhá-lo. Tenho uma tendência muito forte de gostar de pessoas com personalidades parecidas com a minha. 7 anos depois, cá estamos.
Foto: Michael Dodge/Getty Images
A vida de Robert tem sido um drama desses ano pra cá. Depois de altos e baixos e parcerias que não saiam do lugar, encontrou o romeno Horia Tecau, com quem continuou por três anos e que chegou ao fim em 2012. Nesses três anos, fizeram três finais em Wimbledon, todas acabando em vice-campeonato. Imaginem a dor de ser três vezes vice. Chegar na última etapa e bater na trave. A última foi a mais dolorida, eu diria. Pelo menos para mim. As duas primeiras foram justificáveis: a primeira final de Slam, assim, nos primeiros meses de parceria, é assustador. A segunda final foi contra os Bryan, e, sabe como é, são os Bryan. A terceira foi contra os convidados Frederik Nielsen e Jonny Marray. Os convidados haviam vencido 5 de 6 partidas em 5 sets. A final, claro, não foi diferente. Foi frustrante, para dizer a verdade. Diria injusto, mas Freddie e Jonny mereceram, e não quero ser… bem, injusta com eles.
Frustrante. Essa palavra também define o ano seguinte, 2013. Foi necessário respirar novos ares, mas, ao lado de dois grandes atletas, Nenad Zimonjic e Daniel Nestor, não conseguiu engatar. Terminou o ano jogando com vários parceiros diferentes e com a sensação de que faltava algo. Faltava mesmo.
Ser campeão de grand slam aos 36 anos traz um novo sentido a vida. Recomeço? Maior motivação? 36 anos é uma idade avançada em qualquer esporte. Sabemos que nas duplas isso é comum, porém é preciso ter um cuidado extra com físico, conforme o tempo passa. E é aí que a pré-temporada entra. 2014 parecia promissor desde o começo. A pré-temporada foi diferente, iniciada antes e extremamente focada. O trabalho pelo mês de dezembro seguiu com Ali Ghelem, uma das pessoas que mais sou grata no tênis, pela dedicação de sempre com Robin Söderling e hoje com Robert Lindstedt.
Mas 2014 não começou muito bem, afinal, estava sem parceiro, já que o austríaco Jurgen Melzer segue lesionado. Após algumas conversas aqui e ali, chegou a conclusão de que Lukasz Kubot seria seu parceiro para Melbourne. Haviam jogado um torneio antes, Masters de Paris, o último da temporada. A estreia foi dura e a derrota veio cedo. Retomaram em Sydney, onde também caíram na primeira rodada. Um sorteio um tanto quanto infeliz, já que as duas derrotas foram para Mirnyi/Tecau e os irmãos Bryan, que dispensam apresentações. Foram para Melbourne sem uma vitória no bolso, mas a confiança estava lá, afinal, sabiam que haviam feito um bom trablho. Kubot, aliás, precisou desistir do acordo que tinha Jeremy Chardy para poder seguir na Austrália com Lindstedt.
Falando nele, Lukasz Kubot possui uma característica muito interessante: o coração de um campeão. Não é necessário muito tempo para perceber que Lindstedt é muito emotivo em quadra. Sua fama, aliás, não é das melhores por esse temperamento forte. E aí que Kubot entra, equilibrando as coisas. O polonês mantém a calma e procura motivar o parceiro a cada ponto. Se você sabe que vai ter alguém ao seu lado, a confiança não cai. Você não quer decepcionar seu parceiro. É trabalho de equipe. E isso, como podemos ver, funcionou muito bem.
Para Melbourne, Robert também pode contar com Jonas Björkman. Amigo e mentor, Björkman sempre esteve por perto, passando seus conhecimentos, que não são poucos, sobre duplas. Ele foi um porto seguro para Lindstedt. Atuou como técnico em todos os treinos, deu segurança a Kubot, que é seu fã confesso, e, principalmente, esteve presente nas partidas, incentivando.
Hoje, aos 36 anos, a recompensa pelo trabalho duro veio. Em Melbourne, Robert pode levantar o que sempre sonhou, o troféu de campeão de grand slam. E ele chorou. “As pessoas dizem que homens não choram,” um jornalista comentou em sua coletiva de campeão. A resposta? “As pessoas estão erradas, então.” Conquistas levam sim, ao choro. Eu, como fã, chorei. E por que ele, um campeão, não pode chorar também?
Não sei se esse texto fez algum sentido. Fui digitando o que pensava, nem sei o que estou dizendo no momento, são apenas devaneios. Mas se pudesse resumir meus sentimentos em uma frase, provavelmente seria ‘Você não sabe o quanto merece esse título, Robert.’ Ah, como merece.
É, a chave do Australian Open foi sorteada e não está fácil para ninguém. Confiram a chave quarto por quarto:
O quarto dos Bryan não foi muito feliz, pelo menos na minha concepção.
Muitas duplas excelentes que não são cabeças-de-chave estão soltas pelo quarto inteiro e os Bryan pegaram justamente uma dessas, enfrentando Paul Hanley e Jonny Marray logo na primeira rodada.
Aliás, há uma surpresa na chave: Pat Rafter, 12 anos depois da aposentadoria, juntou forças com Lleyton Hewitt para disputar o Slam. Campeão nas duplas em 1999 com Jonas Björkman, Rafter terá oportunidade de se divertir um pouco ao lado do amigo e compatriota Hewitt.
O curioso é que, mesmo com Pat Rafter na chave, ele não é o tenista mais velho a disputar as duplas. Sim, Daniel Nestor ainda é o detentor deste posto, sendo 3 meses mais velho que o australiano.
Fleming/Hutchins, Butorac/Klaasen e Cabal/Farah são duplas que prometem aprontar com os cabeças-de-chave.
Partidas que eu queria ver:
Bryan/Bryan x Hanley/Marray
Hewitt/Rafter x Butorac/Klaasen
Huey/Inglot x Cabal/Farah
Daniel Nestor é o único invicto na temporada até aqui. Com dois títulos em duas semanas, o canadense mostra porque ainda está na tour. O que pude ver de Nestor/Zimonjic em Sydney foi muito satisfatório e, como Nestor disse, ainda há uma mágica entre os dois.
Os croatas Draganja e Pavic continuam surpreendendo. Após um fim de 2013 extremamente eficaz, iniciaram a temporada fazendo final em Chennai, sendo derrotados por Brunstrom/Nielsen. Terão a oportunidade de medir forças com duplas de alto nível no primeiro grand slam dos dois.
A dupla que mais promete um espetáculo com certeza é Dustin Brown e Gael Monfils. Ai se não tiver transmissão, Australian Open…
Partidas que eu queria ver:
Brown/Monfils x Carreño-Busta/Garcia-Lopez
Gonzalez/Lipsky x Marach/Mergea
Begemann/Emmrich x Nieminen/Tursunov
Pra mim, é o quarto mais confuso. Não sei o que esperar de ninguém, para falar a verdade.
Será o primeiro torneio de Granollers/Lopez desde o Finals. Os espanhois defendem semifinal no Australian Open.
Bolelli/Fognini defendem a semifinal do ano passado, mas não jogam juntos desde Fevereiro, quando fizeram final em Acapulco
Kubot/Lindstedt é um grande ponto de interrogação. O sueco está sem seu parceiro atual, Jurgen Melzer, por uma persistente lesão no ombro do austríaco. Kubot é o ‘estepe’ oficial de Lindstedt e os dois não têm muita sorte juntos em questão de chave, perdendo as duas partidas em que disputaram, sendo uma contra os Bryan em Sydney neste ano. Vamos ver se com uma chave mais tranquila a parceria temporária engata.
Por fim, Dodig/Melo. Fizeram boa campanha em Doha e Marcelo vem de título em Auckland. Os dois estreiam contra uma dupla australiana, então é preciso ter nervos para conseguir lidar com a torcida totalmente a favor dos adversários.
Partidas que eu queria ver:
Brunstrom/Nielsen x Lu/Sharan
Dodig/Melo x Guccione/Kokkinakis
Granollers/Lopez x Groth/Smith
Não sei vocês, mas fiz cara de ‘chupei um limão’ quando vi essa chave.
O destino é cruel e Lopez/Sá foram sorteados para estrear contra Peya/Soares. Já teremos um brasileiro fora na primeira rodada. 😦
Bhupathi/Ram é o que veremos até meados de julho, ao que tudo indica. Mahesh Bhupathi pretende aposentar no meio do ano e jogará alguns poucos torneios com Rajeev Ram.
Igor Sijsling defende final no Australian Open, mas com um parceiro diferente. O holandês seguirá na temporada com o compatriota Huta Galung. Sijsling fez final em 2013 ao lado de Robin Haase.
Rojer/Tecau ainda buscam a primeira vitória juntos. Com duas derrotas nas primeiras rodadas de Brisbane e Sydney, o time vem motivado para finalmente embalar a parceria.
Paes/Stepanek na Austrália é o famoso ‘8 ou 80’. Em 2012 ganharam, enquanto em 2013 caíram na primeira rodada. A estreia é complicada e estou curiosa para saber como estará a química da dupla.
Partidas que eu queria ver:
Paes/Stepanek x Dlouhy/Rosol
Rojer/Tecau x Gabashvili/Kukushkin
Lopez/Sá x Peya/Soares
Tive que pensar (e muito) para fazer essa notinha sobre a final de duplas do Australian Open. Isso porque foi… sem graça. Acho que essa é a palavra. Explico abaixo.
Bryan/Bryan derrotam Haase/Sijsling em 53 minutos, 6/3 6/4.
Como era esperado, os irmãos Bryan dominaram a partida inteira, exceto no primeiro game do jogo, em que tiveram dificuldades com o serviço e foram quebrados. Mas não demorou muito. Na verdade nada, devolveram a quebra logo em seguida, confirmaram e quebraram mais uma vez. Seguraram o saque e abriram 6/3 no primeiro set.
O segundo set foi bem tranquilo, já que abriram uma quebra no início e puderam mantê-la até o final. Continue lendo “Australian Open, parte 3.”
Entramos na segunda semana do Australian Open e muitas surpresas aconteceram na chave de duplas, como sempre. O ano vira, muitas mudanças de times ocorrem, jogadores de simples costumam começar o ano melhor e bem, vira uma zona.
Vamos a um resuminho, bem inho mesmo, de tudo.
Confrontos das quartas de final: [1]Bryan/Bryan x Bracciali/Dlouhy
Cabal/Farah x Bolelli/Fognini
[3]Granollers/Lopez x Bellucci/Paire (acontece hoje, dia 21/01, não antes das 23h30, com transmissão da ESPN+ e do site do torneio)
[11]Marrero/Verdasco x Haase/Sijsling
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Seeds que caíram na primeira semana: [2] Paes/Stepanek – 1ª rodada para Anderson/Erlich
[4] Mirnyi/Tecau – 2ª rodada para Baghdatis/Dimitrov
[5] Bhupathi/Nestor – 3ª rodada para Bolelli/Fognini
[6] Qureshi/Rojer – 3ª rodada para Bellucci/Paire
[7] Lindstedt/Zimonjic – 2ª rodada para Benneteau/Roger-Vasselin
[8] Fyrstenberg/Matkowski – 1ª rodada para Peers/Smith
[9] Peya/Soares – 2ª rodada para Bellucci/Paire
[10] Dodig/Melo – 1ª rodada para Bracciali/Dlouhy
[12] Bopanna/Ram – 2ª rodada para Bolelli/Fognini
[13] Gonzalez/Lipsky – 1ª rodada para Butorac/Hanley
[14] Knowle/Polasek – 1ª rodada para Lu/Soeda
[15] Cermak/Mertinak – 1ª rodada para Chardy/Kubot
[16] Marray/Sá – 2ª rodada para Haase/Sijsling
Decepção: Paes/Stepanek Defendiam o título, mas acabaram caindo na primeiro rodada para Anderson/Erlich em sets diretos, numa partida bastante apagada dos dois. E o Galã de Praga não liga, estava mesmo era soltinho para jogar simples. Soltinho demais, como dá pra ver aqui e aqui.
Surpresa:Bellucci/Paire
Não poderia ser outro time. Bellaire, Benucci, Pairlucci. Não interessa, eles mal se conheciam, como podem ver nessa entrevista feita por Alexandre Cossenza, e derrubaram dois seeds, incluindo o compatriota Bruno Soares. Fresh Prince of Bellaire.
Zebra:Haase/Sijsling Sim, Robin Haase tem um título de duplas. Mas ambos se quer haviam vencido uma partida de duplas em Grand Slam e chegaram nas quartas derrubando Anderson/Erlich. Torta holandesa.
Bom te ver de volta:Lukas Dlouhy
“Mas ele não tinha aposentado?” foi um dos comentários que ouvi durante a semana. O vencedor de Roland Garros e US Open 2009 (ao lado de Leander Paes) ressurgiu das cinzas, depois de dois anos apagados e peregrinando pelo circuito. Seja muito bem vindo de volta à elite, tcheco. E talvez você não se lembre, mas ele é bi-campeão do Brasil Open, quando ainda era realizado na Costa do Sauípe. Vem pra cá, Lukas!
Ay caramba:Cabal/Farah O poder colombiano vingou! Anotem na agendinha que esses dois vocês verão no Brasil Open. Cabal, finalista de Roland Garros 2011 (com Schwank) e Farah, dono das duas medalhas de ouro (simples e duplas, com… Cabal!) no Pan Americano de Guadalajara, se deram bem na chave com a queda precoce de Knowle/Polasek, surpreenderam e estão nas quartas de final. Gosto demais desses dois, olho neles.Estão na torcida por quem? Em quem apostam para o título? Escrevam na caixinha de comentários. 🙂
A chave de duplas do Australian Open foi sorteada (e pode ser conferida aqui). Complicado e imprevisível define, já que pela dança das cadeiras, o começo de ano traz muitas surpresas. Veja abaixo uma rápida análise das quatro partes da chave, com destaque nos brasileiros e nos meus favoritos. Pensou diferente? Deixe sua opinião na caixa de comentários. Continue lendo “Australian Open 2013”